Para Contarato, é de responsabilidade do Poder Público educar, fiscalizar e combater a impunidade de crimes de trânsito, mas a sociedade também deve se conscientizar dos riscos ao assumir o controle de um veículo
Quando o assunto é mobilidade urbana, as Instituições têm um papel fundamental, que é promover à população educação. O 13º Congresso Brasileiro de Trânsito e Vida (CBTV) e 9º Internacional de Trânsito e Vida (CITV) tiveram como presidente de mesa a especialista em Meio Ambiente, Gestão e Segurança do Trânsito, Irene Rios, que recebeu o senador Fabiano Contarato (PT-ES) para tratar do tema ‘O papel das Instituições na redução da violência viária’.
No evento, Fabiano Contarato falou sobre sua trajetória com mais de dez anos de atuação como delegado de trânsito da Polícia Civil do Espírito Santo, nesse período acompanhou diversas famílias em momentos de dor por perderem entes queridos vítimas da violência viária. Ele afirma que “a morte no trânsito é muito ingrata, é abrupta. Toda família adoece com o sistema viário.”.
Em seu trabalho como senador enxergou a possibilidade de propor leis que possam de fato proporcionar mudanças, mas também afirma que “o Estado tem que ser mais humanizador e deve fazer um trabalho em rede”. Segundo Contarato, o incômodo com a impunidade nos crimes de trânsito foi uma das motivações para entrar na política, pois “o principal bem é a vida e matar alguém com veículo automotor é um crime contra a vida”, revela.
A educação também é uma ferramenta de transformação, e o Estado é responsável por promovê-la. “Primeiro que segurança pública é direito de todos e dever do Estado. Isso não sou eu quem estou falando, está no artigo 144 da Constituição Federal. Então, quem tem o dever, a princípio, em fazer essa tarefa primordial, é o poder público”, diz o senador.
O papel de fortalecer a fiscalização e combater a impunidade nos crimes de mobilidade urbana é do Poder Público. “Se o poder público não fiscaliza, não educa e não pune, são três elementos que só contribuem para o aumento de incidência e colocam o Brasil em uma das primeiras colocações.”
Contarato ainda diz que “tanto o poder Executivo, como Legislativo, como Judiciário, sociedade civil e a família são co-responsáveis no interesse pela redução disso. É necessário o comprometimento de todos, mas em primeiro lugar do poder público”.
É também um trabalho em conjunto com a população, e cada indivíduo deve estar consciente da sua parcela de responsabilidade ao assumir a direção de um veículo. “A sociedade civil também tem um papel fundamental, porque eu não posso falar para o meu filho não dirigir depois que ele faz uso de bebida alcoólica, se eu dirijo depois que fiz uso de bebida alcoólica. Eu não posso exigir que meu filho use o cinto de segurança se eu dirijo na frente dele sem o cinto de segurança. Então, esse processo também passa pela sociedade civil”, afirma o senador Fabiano Contarato.
Quando perguntado sobre alternativas para promover uma cultura de paz no trânsito, Contarato relembrou que as pessoas tinham medo dele quando era delegado de trânsito e recordou a fala de um colega: “Fabiano, o meu médico morre de medo e ele parou de beber por sua causa” e retrucou dizendo: “meu amigo, o problema não é beber e sim dirigir após beber. Mas se você fez isso, arque com as consequências”.
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