A mamografia é o principal exame usado para o rastreio desta enfermidade que impacta a saúde, principalmente das mulheres
O Outubro Rosa é um mês dedicado à campanha de conscientização sobre o câncer de mama, destacando, especialmente, a necessidade do tratamento adequado e do diagnóstico precoce da doença que já causou a morte de 919 pessoas na Bahia, sendo 907 de mulheres e 12 de homens, de acordo com as informações divulgadas pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), referentes a 25 de setembro de 2024. Já os casos de internação, até julho deste ano, chegaram a 2.705 ocorrências (2.679 de mulheres e 26 de homens). Em 2023, foram registradas 4.071 de hospitalizações (4.005 de mulheres e 66 de homens), com 1.223 óbitos (1.209 de mulheres e 14 de homens).
Para auxiliar na investigação, a mamografia é o principal exame usado para o rastreio desta enfermidade que impacta a saúde, principalmente das mulheres. Dados da pesquisa “Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil”, feito pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, para o triênio 2023/2025, estimam que o número de câncer de mama diagnosticado, a cada 100 mil habitantes, deve chegar a 4,2 mil na Bahia, anualmente.
“O diagnóstico precoce de câncer de mama é crucial, porque aumenta significativamente as chances de tratamento bem-sucedido e sobrevivência. Quando é detectado em estágios iniciais, as opções de tratamento são mais eficazes e menos invasivas, e a taxa de cura é mais alta. Além disso, ele pode ajudar a evitar a disseminação do câncer para outras partes do corpo (metástase)”, destaca a médica radiologista e gestora do serviço de imagem do Sabin Diagnóstico e Saúde, Carolina Neves.
A Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) pontua que o conhecimento prematuro da doença aumenta as chances de cura em até 95%.
Diagnóstico
A médica também destaca que a mamografia ajuda a identificar alterações nos tecidos mamários, como nódulos ou microcalcificações, que podem ser indicativos de câncer. “As diretrizes para a realização podem variar, mas geralmente recomenda-se que mulheres comecem a fazê-las anuais ou bienais a partir dos 40 ou 50 anos, dependendo dos fatores de risco individuais e das recomendações médicas”, informa.
Outra ferramenta importante na avaliação do câncer de mama é a ultrassonografia. “Esse exame não invasivo, que não usa radiação, utiliza ondas sonoras para criar imagens das estruturas internas do corpo, incluindo as mamas. Ela é frequentemente usada para investigar achados suspeitos na mamografia ou em exames físicos, como a palpação, ajudando a diferenciar entre cistos (que são geralmente benignos) e massas sólidas (que podem ser cancerígenas). É particularmente útil em mulheres mais jovens ou com mamas densas, onde o exame de rastreio por imagem pode ser menos eficaz”, explica.
Fatores de risco
Idade avançada, histórico familiar de câncer de mama, mutações genéticas (como os genes BRCA1 e BRCA2), menarca precoce (quando ocorre a primeira menstruação antes dos 12 anos) e menopausa tardia (após os 55 anos) são alguns dos fatores de risco para o câncer de mama, assim como os relacionados ao estilo de vida, a exemplo da obesidade e consumo de álcool. “É importante discutir com um profissional de saúde sobre quando iniciar a mamografia e a frequência ideal, levando em consideração os fatores de risco”, salienta.
Entre os sintomas, o câncer de mama pode se manifestar por meio de nódulos na mama ou axila, alterações no tamanho ou forma da mama e alterações na pele sobre a mama ou secreção pelo mamilo, que pode ter um aspecto aquoso ou sanguinolento. “Com o surgimento desses sinais, é importante procurar ajuda profissional para investigar”, afirma.
A radiologista explica também que as opções de tratamento variam conforme o estágio e tipo do câncer e podem incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal e terapias alvo. Carolina também acrescenta que a prevenção é imprescindível: “Além do rastreamento regular, manter um estilo de vida saudável, com dieta balanceada e exercícios físicos, pode ajudar a reduzir o risco”.
Foto: Marcos Welber/ Sabin