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Arrecadação com ICMS para combustíveis cresceu quase R$ 2 bilhões na Bahia em 2021

 

A arrecadação do governo da Bahia com o ICMS (Imposto sobre Operações
relativas à Circulação de Mercadorias) incidente em combustíveis e
lubrificantes cresceu aproximadamente R$ 1,9 bilhão entre 2020 e 2021. O
tributo tem sido alvo de muito debate na política baiana, devido ao
aumento do preço da gasolina e do óleo diesel em todo o Brasil, o que
tem influenciado no custo do transporte público e pressionado a
inflação.
O valor arrecadado pelo governo da Bahia com o ICMS tem
crescido com o passar dos anos. Em 2015, no primeiro ano da gestão de
Rui Costa (PT), o estado arrecadou R$ 4,23 bilhões com o imposto. Em
2020, ano em que a pandemia de Covid-19 atingiu toda a economia
brasileira, a receita chegou em R$ 5,23 bilhões. Já em 2021, a
arrecadação com o tributo saltou para R$ 7,22 bilhões.
No total,
entre 2015 e 2021, o governo Rui Costa arrecadou aproximadamente R$
37,28 bilhões em ICMS incidente sobre combustíveis e lubrificantes.
O
prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), é um dos que têm reclamado
bastante do valor cobrado pelo governo Rui. Segundo o gestor municipal, o
ICMS na Bahia é um fator determinante para o encarecimento do custo do
transporte público na capital.
“É necessária a redução do ICMS do
combustível do transporte, como ocorre em todos os estados do Brasil
exceto na Bahia, para que as empresas tenham condições de ampliar ainda
mais a frota da nossa cidade. Então, quando nós reivindicamos a redução
do ICMS do combustível do transporte público, é para ofertar um
transporte público ainda melhor para nossa população”, afirmou Bruno
Reis, em entrevista ao Bahia Notícias.
Rui Costa tem cobrado
publicamente que a prefeitura de Salvador faça uma reorganização das
linhas de ônibus na cidade, para que o modelo não concorra com o metrô,
gerido pelo governo do estado. Entretanto, segundo Bruno Reis, as
gestões estadual e municipal não têm sentado para conversar sobre o
tema.
“Não temos tido conversa. As últimas ocorreram em outubro
do ano passado. O que Salvador precisa é de mais linhas de ônibus,
porque a população precisa de mais ônibus para ajudá-los no deslocamento
na cidade”, disse Bruno ao BN.
Na Assembleia Legislativa da
Bahia (AL-BA), a oposição também reclama constantemente da resistência
do governo Rui Costa em reduzir o valor de referência do ICMS.
Constantemente, os deputados estaduais Tiago Correia (PSDB) e Paulo
Câmara (PSDB) vão à tribuna para cobrar uma atitude do governador que
ajude a segurar os preços dos combustíveis no estado.
Em
entrevista ao Bahia Notícias, Correia criticou a política tributária do
governo Rui Costa e afirmou que a gestão estadual arrecada 28% do valor
final da gasolina no estado, sendo a maior beneficiária da política de
preços de combustíveis praticada pela Petrobras.
“O líder da
bancada do governo na AL-BA [Rosemberg Pinto, do PT] tem afirmado aqui
que a política de preços da Petrobras tem beneficiado os acionistas da
empresa, conforme os anúncios dos resultados financeiros da empresa,
quebrando recordes de lucros. Mas, na verdade, o maior acionista da
Petrobras, o maior beneficiado com o aumento do valor do preço dos
combustíveis é o governo do estado”, disse Tiago Correia.
Ainda
segundo Correia, o governo baiano tem condições de reduzir o valor de
referência do ICMS sem que o estado tenha perdas de arrecadação.
“Nós
temos insistido que o governo possa fazer uma redução do ICMS, mesmo
mantendo a arrecadação nominal que ele tinha nos anos anteriores. Basta
ver a evolução em bilhões, do que foi arrecadado com ICMS exclusivo de
combustíveis e lubrificantes”, declarou o parlamentar.
Empresários
das mais diversas áreas da economia também reclamam da política
tributária estadual. O peruano Héctor Hamada, CEO da Abaeté Linhas
Aéreas, pontua que a alíquota do ICMS de combustível para aviação na
Bahia é de 18%, enquanto outros estados praticam um percentual bem
menor, na faixa de 5%.
“A Abaeté é daqui, uma empresa de capital
baiano, que deveria ter menos alíquota de ICMS para impulsionar e
desenvolver essas rotas. Porque é uma aposta nessas rotas novas. A gente
investe muito. Estamos investindo na Bahia, no transporte regional e
ultrarregional aqui dentro do estado, mas precisamos também de um apoio
da parte pública, para que nos incentivem a conseguir ao menos diminuir
esse esforço grande que estamos fazendo”, afirmou.
Ainda segundo
Hamada, o governo do estado até possui algumas regras que diminuem a
tributação sobre companhias aéreas, mas apenas empresas de grande porte
seriam capazes de cumprir as exigências. Ou seja: a Abaeté e outras
organizações de transporte aéreo regional seguem pagando o valor cheio.
DE QUEM É A CULPA?
Em
alta constante desde o ano passado, o preço dos combustíveis tem sido
assunto frequente na política brasileira. A oposição ao governo de Jair
Bolsonaro (PL) reclama da política de preços da Petrobras, que repassa o
custo da operação em dólar para o consumidor.
Do outro lado,
Bolsonaro e seus aliados reclamam que os governos estaduais estariam
aumentando o ICMS, impactando no valor final dos combustíveis. Em carta
divulgada em setembro de 2021, 20 governadores negaram que estariam
reajustando o imposto.
As alíquotas de ICMS, realmente, não
aumentam na Bahia há muitos anos. O que aumentava era o valor utilizado
como referencial para a incidência do percentual, que se movimentava a
cada reajuste realizado pela Petrobras. Entretanto, Rui, em conjunto com
outros 21 governadores estaduais, decidiu congelar o preço de
referência a partir do dia 1º de novembro de 2021.
De acordo com o
governo do estado, o preço de referência do diesel ficará congelado até
o dia 31 de março de 2023. Já os valores utilizados como referenciais
para a gasolina, o etanol e o gás de cozinha não sofrerão mudanças até o
dia 30 de junho de 2022, independente de reajustes praticados pela
Petrobras.
Com o congelamento garantido pelo governo, o preço de
referência aplicado na Bahia é R$ 6,50 por litro na gasolina; R$ 5,41
por litro no diesel; R$ 4,99 por litro no álcool; e R$ 76,57 no gás de
cozinha por um botijão de 13 kg.
Em nota encaminhada ao Bahia
Notícias, a Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-BA) voltou a
responsabilizar o governo federal e a política de preços da Petrobras,
atrelada ao mercado internacional, pelo aumento do custo dos
combustíveis em todo o Brasil.
“Enquanto a Petrobras registrou
lucro líquido de R$ 44,561 bilhões no primeiro trimestre de 2022, o
melhor resultado de uma empresa de capital aberto para este período,
apenas a Bahia vem arcando com uma perda bruta mensal de arrecadação de
R$ 197,7 milhões, em decorrência da prorrogação do congelamento do
ICMS”, disse a Sefaz-BA.
“Por meio da Sefaz-BA, a Bahia reitera o
posicionamento do Comsefaz – Comitê Nacional de Secretários da Fazenda,
Finanças, Receitas ou Tributação dos Estados e Distrito Federal, de que
a política de preços precisa ser revista imediatamente”, pontuou a
pasta estadual.
Sobre o valor de referência para o ICMS aplicado
na Bahia, a Sefaz-BA afirma que, antes do congelamento em novembro de
2021, sempre tomaram como base a pesquisa de preços realizada pela
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
por Lula Bonfim
Foto: Ulisses Gama / Bahia Notícias

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Sobre mim

Francisco Martins

O comunicólogo atua em diferentes funções, como repórter, editor, produtor, chefe de redação, etc. Também atuar na comunicação organizacional como atividades voltadas ao Marketing, Publicidade, Relações Públicas, Cinema e Vídeo, entre outras. DRT 7333/BA

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