Nesta sexta-feira, 8 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Colesterol, milhões de brasileiros convivem com um “assassino silencioso” sem saber. O colesterol alto não apresenta sintomas, mas é responsável por inúmeros casos de infarto e AVC. “Quando o colesterol total está alto é considerado um perigo por não dar sinais. Por isso é tão importante fazer o check-up pelo menos uma vez no ano”, alerta a nutricionista Genalva Couto, da Cliagen. “Infelizmente, algumas pessoas só tomam conhecimento do problema quando sofrem um infarto ou AVC.”
Contrariando mitos populares, a especialista esclarece: “O principal deles é dizer que o colesterol é prejudicial à saúde”. O colesterol possui funções essenciais como produção de hormônios sexuais, vitamina D e ácidos biliares, além de integrar a membrana celular.
O problema está no desequilíbrio. “A lipoproteína de baixa densidade (LDL) transporta o colesterol para os tecidos, enquanto o HDL remove o colesterol da parede arterial e leva de volta ao fígado”, explica Genalva. O vilão é a oxidação do LDL, que forma placas de ateroma nas artérias.
Mas quando devemos começar a nos preocupar? Segundo o Ministério da Saúde, o rastreamento deve começar aos 35 anos para homens e 45 anos para mulheres, antecipando para os 20 anos em casos de risco cardiovascular. “Para crianças de 2 a 8 anos em caso de obesidade e pais com doença cardiovascular, e demais crianças entre 9 e 12 anos”, orienta a profissional.
Por isso, a alimentação surge como protagonista tanto no desenvolvimento quanto na prevenção da hipercolesterolemia. Entre os vilões identificados pela especialista estão “alimentos de origem animal ricos em gorduras, gordura trans, óleo de coco, frituras, leite integral, queijos amarelos, embutidos como salsicha, calabresa, salame e presunto, além dos açúcares”. Por outro lado, a natureza oferece poderosos aliados: “Para prevenção devemos utilizar alimentos ricos em gorduras boas, como abacate, castanhas, peixes, azeite de oliva e linhaça, além de alimentos ricos em fibras como frutas e verduras”, recomenda Genalva.
O papel da microbiota intestinal
A saúde intestinal influencia diretamente o colesterol. “Existe sim uma conexão, que depende da qualidade da nossa microbiota”, revela a nutricionista. “As bactérias são responsáveis pela produção de substâncias como butirato e propionato, que reduzem a produção de LDL no fígado e sua absorção.” Para fortalecer essas bactérias benéficas: “Banana, aveia, cebola, alho, aspargos, linhaça e beterraba são ricos em fibras que alimentam as bactérias benéficas do intestino.”
Estilo de vida completo
Além da alimentação, “a prática regular de exercício físico e um sono reparador” são fundamentais. Para quem descobriu colesterol alto, três passos: “Mudança no estilo de vida, orientação nutricional e sobre exercício físico, além da redução do estresse.”
Sobre chás “milagrosos”, Genalva alerta: “O tratamento médico convencional deve ser seguido. Os chás não estão isentos de efeitos colaterais, por isso a necessidade de acompanhamento médico e nutricional.”
O colesterol alto é um adversário silencioso, mas controlável. Com acompanhamento profissional e mudanças no estilo de vida, é possível manter níveis saudáveis e uma vida mais longeva.