Associação realiza entrega de certificados em Salvador e Maragogipinho e celebra quase seis anos de atuação na qualificação e valorização do artesanato baiano
A Associação Fábrica Cultural conclui, no próximo dia 31 de julho (quinta-feira), o contrato de gestão do Programa Artesanato da Bahia, realizado em parceria com a Coordenação de Fomento ao Artesanato da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE). Foram quase seis anos dedicados à qualificação, promoção e comercialização do artesanato baiano, fortalecendo a trajetória de milhares de artesãs e artesãos em todo o estado. O ciclo foi marcado por aprendizados e conquistas coletivas que deixa como legado o compromisso com a valorização da cultura e o reconhecimento do artesanato como expressão viva da identidade baiana.
Para celebrar a conclusão dessa jornada, serão realizados dois encontros especiais que marcam o encerramento dos cursos de qualificação realizados em julho, com a entrega de certificados a cerca de 100 artesãs e artesãos que participaram das formações em marketing digital, fotografia e portfólio, técnicas de vendas e precificação e biojóias com argila e piaçava. Hoje (terça-feira), o encerramento será na Associação de Auxílio Mútuo dos Oleiros de Maragogipinho (AAMOM), em Maragogipinho, distrito de Aratuípe-BA. Já amanhã (quarta-feira), a sede da Fábrica, em Salvador, realizará um encontro para artesãs e artesãos da capital e da Região Metropolitana, com transmissão ao vivo pelo canal do Artesanato da Bahia no Youtube (@ArtesanatodaBahia).
Os encontros têm o propósito de celebrar as conquistas, fortalecer vínculos e renovar laços, reafirmando a profunda relação de confiança e respeito entre as artesãs, artesãos e a Fábrica Cultural, que seguirá como um porto seguro para estes artistas manuais, onde suas vozes serão sempre ouvidas, valorizadas e fortalecidas, e onde encontrarão apoio e inspiração para seguir transformando o setor com criatividade e dedicação.
Ao concluir o contrato de gestão do Programa Artesanato da Bahia, a Fábrica Cultural e a Coordenação de Fomento ao Artesanato da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, celebram a solidez do trabalho realizado e os resultados alcançados. A criação e consolidação da marca Artesanato da Bahia aproximaram produtos e saberes populares do mercado e das políticas públicas, gerando reconhecimento e orgulho entre artesãs e artesãos. A valorização do legado e da ancestralidade das artesãs e dos artesãos foi um dos pilares centrais da política, que também inspira as novas gerações a preservar e dar continuidade a essa rica tradição cultural.
Da qualificação à comercialização – Ao longo de quase seis anos de atuação no Programa Artesanato da Bahia, o contrato de gestão nº 024/2019 promoveu uma robusta política de qualificação, reafirmando o compromisso com a capacitação técnica e empreendedora das artesãs e artesãos baianos. No total, foram realizados 82 cursos, oficinas, workshops e painéis temáticos em 15 municípios, abrangendo 14 rotas e 14 territórios de identidade. Essas ações resultaram na emissão de 4.209 certificados, contemplando atividades presenciais e online, realizadas pela Escola Virtual do Artesanato da Bahia (EVA). Lançada em outubro de 2022, a plataforma possui atualmente 11 cursos virtuais e se consolidou como uma ferramenta estratégica de formação continuada.
No eixo de comercialização, ajudaram a ampliar as oportunidades de mercado para o artesanato baiano. Foram organizadas 79 feiras em diferentes regiões da Bahia e em outros estados brasileiros, beneficiando diretamente 1.291 artesãos e 146 associações, com 109.036 produtos expostos e 34.877 comercializados. O total de receita gerada nas feiras ultrapassou R$ 1,4 milhão.
Além das feiras, o programa realizou 60 eventos voltados à promoção e comercialização, que geraram aproximadamente R$ 250 mil em receita. As rodadas de negócios se destacaram como espaços estratégicos de conexão entre artesãos e lojistas, envolvendo 58 compradores de quatro estados brasileiros (Bahia, Sergipe, Rio de Janeiro e São Paulo) e beneficiando uma média de 38 artesãs e artesãos, o que resultou em mais de R$ 684 mil em negócios para os expositores.
As lojas fixas e temporárias do Artesanato da Bahia se consolidaram como canais estratégicos de escoamento da produção artesanal. Com várias unidades implantadas, beneficiaram diretamente mais de 611 artesãos e 20 associações. Ao todo, mais de 81 mil produtos foram comercializados, gerando uma receita de aproximadamente R$ 4 milhões. Os resultados reafirmam o programa como referência nacional em políticas públicas voltadas ao fortalecimento da economia criativa.
Nascimento da FENABA – Durante a gestão da Fábrica Cultural, o programa Artesanato da Bahia também se destacou pela realização de grandes eventos, como o Festival Nacional de Artesanato da Bahia (FENABA), consolidado como um dos principais do segmento no país, com impacto econômico estimado em R$ 2 milhões em 2024. Além dele, o Festival da Cerâmica de Maragogipinho, maior polo de cerâmica da América Latina, que em suas edições de 2023 e 2024 gerou R$ 1,1 milhão em retorno direto, fomentando não apenas o setor artesanal, mas também o turismo, a gastronomia e os serviços locais.
Nos festivais realizados em Maragogipinho, também foram promovidos debates que apoiaram o processo de reconhecimento e registro do ofício dos oleiros e oleiras como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado da Bahia, iniciativa em andamento pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC). Em 2023, uma homenagem especial celebrou esses mestres da cerâmica, com a entrega da Carteira Nacional do Artesão e do Certificado do Prêmio Mestres e Mestras da Cerâmica, em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), reconhecendo o saber e a contribuição desses profissionais para a preservação do patrimônio cultural do estado.
A projeção do setor também alcançou importantes circuitos culturais, com destaque para a presença do artesanato baiano na Mostra Casas Conceito, em 2023, e na CASACOR Bahia, em 2024, em parceria com a loja Nordestesse. Em 2025, essa trajetória culmina na estreia da loja do Artesanato da Bahia na CASACOR Bahia, maior mostra de arquitetura, design e paisagismo das Américas.
Escuta ativa – O contrato de gestão adotado nos últimos anos representou uma nova abordagem para as políticas culturais, pautada na escuta ativa e na participação direta das comunidades artesãs. Um dos principais resultados desse modelo foi o plano de desenvolvimento do artesanato em Maragogipinho, criado especialmente para atender às demandas da comunidade local, que proporcionou estrutura e estratégias focadas no crescimento sustentável da produção artesanal, consolidando um caminho de valorização e autonomia para os ceramistas da região.
A comunicação do contrato desempenhou um papel estratégico na valorização da marca Artesanato da Bahia. Entre 2019 e 2025, foram realizadas mais de 3.500 publicações nas redes sociais, alcançando 7,7 milhões de pessoas no Instagram e 4,9 milhões no Facebook, além de 1,6 milhão de impressões em stories. O canal do YouTube contabilizou 2.190 inscritos e 737 mil visualizações. A mídia espontânea gerou um valor superior a R$ 14 milhões, incluindo as ações do Programa Artesanato da Bahia e os festivais de Maragogipinho (2023 e 2024), bem como a FENABA 2024. Também foram produzidas diversas peças gráficas e 12 logomarcas, reforçando o reconhecimento do programa, que se sintetiza no slogan: “Feito aqui, com a mão e com o tempo”.
“Durante essa jornada, a Fábrica Cultural tirou o artesanato das prateleiras e o colocou nas vitrines, ampliando sua visibilidade e valorização. É um momento de alegria, porque cumprimos o que nos propusemos com essa política pública e deixamos um legado sólido. O contrato de gestão foi uma experiência valiosa, que fortaleceu nossa relação com o artesanato da Bahia e com mestres e mestras de referência. Ele se encerra, mas continuamos com o artesanato em nosso coração, em nossa missão, nos vínculos construídos. Novos parceiros virão, e seguimos adiante, fortalecendo essa política com responsabilidade e compromisso de transformar vidas”, afirma Jaqueline Azevedo, diretora Associação Fábrica Cultural.
A Fábrica Cultural expressa sua profunda gratidão ao artesão e ao Governo do Estado da Bahia, especialmente à SETRE e à CFA, pela oportunidade de construir e executar, ao longo de quase seis anos, o contrato de gestão do Programa Artesanato da Bahia. Essa parceria pioneira foi uma experiência riquíssima, que permitiu à Associação Fábrica Cultural social gerir uma política pública com autonomia, sensibilidade e foco nas reais necessidades dos artesãos.
“Foram anos importantes de estruturação da marca e essa parceria com a Fábrica Cultural foi importante para a gente consolidar a marca Artesanato da Bahia, estreitando diálogos com artesãs e artesãos, com o mercado, com o mundo dos eventos, ampliando os horizontes do artesanato baiano”, afirma o coordenador da Casa Artesanato da Bahia, Weslen Moreira.
A partir de 1º de agosto, as ações do Programa Artesanato da Bahia, como promoção, qualificação e comercialização, seguirão sob responsabilidade do Governo do Estado e passarão a ser executadas por três novas organizações, que responderão por cada uma destas frentes de atuação. Com a convicção de que o artesanato é cultura viva, identidade coletiva e força de transformação, a Fábrica Cultural continua sua trajetória, mantendo-se aberta ao diálogo, à inovação e a colaborações que impulsionem o futuro do setor na Bahia.
