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Mulheres negras são menos diagnosticadas com endometriose e sofrem mais impacto com a saúde mental por disparidade social, explica especialista Izaianni Risco

Apenas 4% a 9% por cento das mulheres negras recebem diagnóstico

Em um país onde a saúde pública ainda enfrenta muitos desafios, as mulheres negras estão entre as mais prejudicadas. De acordo com estudos recentes, apenas 4% a 9% das mulheres negras recebem diagnóstico de endometriose, uma condição crônica que pode causar dor severa e infertilidade. A psicóloga especialista Izaianni Risco alerta para o impacto desproporcional que essa situação tem na saúde mental dessas mulheres.

Izaianni ( https://www.instagram.com/endopsii/ ) é psicóloga e psicanalista há 7 anos, palestrante, possui extensão em Psicanálise e Racismo. Pós Graduanda em Saúde da Mulher, bilíngue, com fluência em Espanhol e Português. Sócia-fundadora do CAP (Comece Aqui Psi), uma startup que ensina psicólogas a empreenderem na Psicologia. Co-autora do livro 10 passos para o orgasmo, de Janaína Santos. Participante dos movimentos sociais: Movimento Negro e Movimento Feminista.

“Mulheres brancas são muito mais diagnosticadas do que as mulheres negras em endometriose, mas isso não se comprova geneticamente e sim pelo acesso à informação e aos serviços de saúde mais especializados e atualizados, justamente por serem de alto custo. Já se sabe que os médicos mais atualizados em tratamento de endometriose e inclusive com a possibilidade de cura da doença, investem valores altíssimos para se especializarem fora do Brasil, o que torna seus serviços menos acessíveis”, conta Izaianni.

Estudos apontam que a subnotificação e a falta de acesso a cuidados médicos de qualidade são fatores cruciais que agravam essa situação. Muitas mulheres negras enfrentam barreiras sistêmicas ao procurar ajuda médica, incluindo preconceito racial e desigualdade socioeconômica. Isso resulta em diagnósticos tardios ou até mesmo em diagnósticos errados, piorando a qualidade de vida dessas pacientes.

A endometriose é uma doença que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, mas a disparidade no diagnóstico entre mulheres negras e brancas é alarmante. Essa diferença não é apenas uma questão de saúde física, mas também de saúde mental”, afirma Risco. “A falta de diagnóstico e tratamento adequado, combinada com as já existentes desigualdades sociais, contribui significativamente para níveis mais altos de ansiedade, depressão e outras condições psicológicas entre as mulheres negras.”

Além disso, a especialista destaca a importância de políticas públicas que promovam a equidade no atendimento à saúde. Enquanto a conscientização sobre a endometriose tem crescido nos últimos anos, é essencial que essa visibilidade se estenda a todas as mulheres, principalmente as que enfrentam barreiras adicionais no acesso ao cuidado.

“O racismo e a disparidade social trata como se a endometriose não fosse uma doença também da mulher negra cientificamente falando: elas não têm o direito a sentir dor, elas não têm acesso à saúde, elas não conseguem nem entrar para as estatísticas. O trabalho em endometriose com a mulher negra começa autorizando-as a dar o nome correto às dores que elas sentem para que seja tratada. É nesse ponto que a psicologia entra. Mulheres com endometriose precisam da validação e respeito pelos seus sintomas e cuidados de saúde mental específicos para suas dores e vivências”, conta Izaianni Risco.

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Caroline Vilas Bôas

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Francisco Martins

O comunicólogo atua em diferentes funções, como repórter, editor, produtor, chefe de redação, etc. Também atuar na comunicação organizacional como atividades voltadas ao Marketing, Publicidade, Relações Públicas, Cinema e Vídeo, entre outras. DRT 7333/BA

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