A noite desta quinta-feira (9) foi de festa para os moradores de Paripe, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, com a entrega da Arena Esportiva Florisvaldo Cambalhota. O equipamento, localizado na Rua Dr. Eduardo Dotto, é o 83° campo de grama sintética inaugurado oficialmente pela gestão municipal. O prefeito Bruno Reis esteve no local para a cerimônia, ao lado do secretário de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), Júnior Magalhães, e de outras autoridades do município.

O campo, que antes tinha piso de barro, passou por uma ampla requalificação, que incluiu a aplicação da base para a grama sintética, a instalação do novo gramado, a troca do alambrado e da grade de proteção. A arena também recebeu duas luminárias em LED, 12 projetores em LED e infraestrutura elétrica completa. O investimento do município na obra foi de R$ 566.423,81.

Bruno Reis lembrou que a cidade já conta com outros 38 campos de grama sintética que foram reformados pela Prefeitura e ainda serão oficialmente inaugurados pelo prefeito, mas já estão disponíveis para a população. Como ele destacou, essa estratégia tem consolidado Salvador como referência nacional em políticas públicas de incentivo ao esporte dentro das comunidades.

“São todos campos gratuitos, de qualidade, que a comunidade pode usar na hora que quiser e sem pagar nada. A gente implantou esses campos, que são verdadeiras arenas, onde as pessoas podem utilizar de graça, e a única coisa que o prefeito pede é que vocês tomem conta. O recurso é da população, que o prefeito só tem a missão de administrar. E quando vocês tomam conta a gente pode inaugurar outros em outros bairros da cidade”, disse Bruno Reis.

A arena foi batizada em homenagem a Florisvaldo Cambalhota, um dos fundadores da Escolinha do Guri, projeto social que ensina futebol a crianças do bairro há 30 anos. Junto com José Matogrosso, ele dedicou décadas à formação de jovens atletas e cidadãos, oferecendo educação esportiva e cidadania para cerca de 150 crianças ao longo dos anos.

“A comunidade escolheu prestar uma justa homenagem a Florisvaldo Cambalhota, fundador deste projeto que atende às crianças daqui. Hoje, elas estão dando cambalhotas de alegria, assim como Florisvaldo, lá do céu. Feliz com a homenagem que a Prefeitura e a comunidade estão prestando a ele”, disse Bruno Reis.

O secretário Júnior Magalhães destacou a importância da obra. “Essa aqui já era uma área de lazer para os moradores, mas que agora, atendendo a reivindicações, entregamos totalmente revitalizada. Nenhuma cidade do Brasil tem conseguido fazer algo assim, tão estruturado no apoio e no fomento ao esporte, como Salvador. Afinal, sabemos que o esporte não se trata apenas de lazer, mas orienta, educa, é disciplina, foco, respeito à hierarquia e saúde”, completou.

Jeanderson Jesus, 31 anos, é um dos professores de futebol da Escolinha do Guri. Ele ressaltou o impacto do novo campo no trabalho com as crianças. “Para nós, é uma satisfação, ainda mais diante do que era antes… Antes o campo era de barro, quando chovia virava lama, tínhamos que tirar com bomba e balde. E agora é essa maravilha de campo sintético, o que é uma melhoria para as nossas crianças. Um campo numa comunidade, na favela, representa muita coisa para a gente e para elas também. Hoje eu trabalho na escolinha e esse recurso também é muito importante pra mim e para a minha família”, afirmou.
Marcos Paulo Oliveira, 51 anos, é morador de Paripe e pai de alunos da escolinha. Ele destacou o valor social do projeto. “Essa escolinha aqui revela cidadãos, pessoas de bem. Ela é especialmente importante pra mim, porque eu tô com o segundo filho aqui nessa escolinha. Hoje o meu primeiro filho, mais velho, é um cidadão, faz faculdade, e na criação dele sempre tive muito apoio do professor Matogrosso, do professor Jeanderson, todas pessoas que sempre me deram orientação. Posso dizer a você que esse projeto é uma coisa maravilhosa que nós temos no nosso bairro”, comentou.
José Matogrosso, 77 anos, aposentado e fundador da Escolinha do Guri ao lado de Florisvaldo Cambalhota, relembrou a trajetória do projeto. “Essa é uma escolinha de renome, modéstia à parte. Já viajamos para muitos lugares: São Paulo, Recife, Aracaju e várias cidades do interior. E esse gramado era um sonho nosso, tanto meu como dele, para dar uma direção a essas crianças daqui do bairro. Lá se vão 30 anos da gente nessa luta”, lembrou.
“Florisvaldo partiu, mas eu continuo aqui com a minha família, e me sinto feliz em ver alguns garotos se destacando em várias profissões. Porque eu estou aqui para formar cidadãos, não só atletas. Eu fui atleta de futebol e me dediquei a dar uma educação esportiva e familiar a essas crianças. Eu nem consigo dizer a grandeza que é isso aqui para a gente”, completou.
Fotos: Valter Pontes / Secom PMS